Semana Cultural Japonesa



Cultura


Na alma da terra do sol nascente


Mostra em comemoração ao centenário da imigração japonesa no Brasil começa hoje, no CIC, em Florianópolis


Yoko Ohara Diniz é uma japonesa de olhar expressivo. Há seis anos no Brasil, mantém os hábitos adquiridos na infância vivida ao Sul do Japão. Voz suave, movimentos delicados e sorriso perfeito. Yoko é pura harmonia. Aos 30 anos, a professora de japonês, casada com um brasileiro, é uma das integrantes da Associação Nipo-Catarinense, instituição que realiza, de hoje a domingo, uma Mostra da Cultura Japonesa, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.Nesta ano a comunidade japonesa festeja o centenário da chegada dos primeiros imigrantes no Porto de Santos (SP). Mas é importante lembrar que os homens da terra do sol nascente aportaram na Ilha de Anhatomirim há 205 anos, empurrados por uma tempestade que avariou o navio numa viagem de circunavegação.- Eles ficaram 70 dias atracados na Ilha recuperando o navio para prosseguir e registraram tudo o que viram. A flora e a fauna exuberantes, o mar azul e os dias quentes, a fartura de peixes, a escravidão e a acolhida do povo que habitava a antiga Desterro. Todas estas informações estão documentadas nos arquivos da Marinha Russa Imperial - observa Yochihiko Kaneyoa, um estudioso de sua etnia.

No Brasil, a comunidade japonesa soma um milhão de pessoas, mas em Santa Catarina não passa de três mil. Mas nem por isso a rica cultura deste povo - onde nada é por acaso - deixa de ser praticada. Em Florianópolis a associação já pode ser considerada multicultural, pois 60% dos seus associados são descendentes de outras etnias. Exemplo disso é a lisboeta Albertina Fonseca, que há X anos pesquisa o origami. Perfeitamente integrada na associação nipo ela fala de sua relação com a arte de transformar dobraduras de papel em obras de arte.- O origami é como a vida. A dobra tem que ser perfeita. Mas se você errar, pode refazer. Só que a marca sempre ficará no papel. Assim como na vida - compara Albertina.A mostra que ocorre hoje, amanhã e domingo no CIC é uma verdadeira maratona cultural. Oficinas de bonsai, origami, ikebana, mangá, lutas medievais, a cerimônia do chá, o quimono e seus significados, as curiosidade em torno do Nihontoo, a arte da espada japonesa, além da gastronomia. O Consulado do Japão também enviou parte do acervo com peças de rara beleza como réplicas de palácios e bonecas, entre tantas outras.Mas se fosse resumir a cultura japonesa em uma palavra. Qual seria?- Respeito. O japonês reverencia sempre o lugar. Nunca entra de forma abrupta. Primeiro é o cumprimento ao ambiente. Depois, às pessoas que fazem parte dele - diz Luiz Kiyosho Nakayama, diretor da associação.

JACQUELINE IENSEN

Link do jornal Diario Catarinense

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